sexta-feira, 27 de julho de 2012

A um conferente

Longe do fértill turbilhão da rua,
Beneditino confere! No desconforto
Do claustro, sem paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego,
Com esforço: e trama viva se reconstrua
De tal modo, que a versão fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego

Não se mostre na fábrica o suplício,
O mestre vê, é natural. Que o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, prima da Versão
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Poeminha - Epitáfio/Epígrafe

Só quem é vivo se preocupa com a morte
Quem é morto num se preocupa, não.
Quem é vivo é quem enterra;
Quem é morto vai pro chão.



Rodolfo Caravana


Só pra não deixar sem nada, hehehe. ;-)


Isso na verdade eu fiz lembrando da aula de um professor meu (o grande mais poderoso Ciro Flamarion), que disse que na verdade, quem enterra os mortos são os vivos, e que portanto os enterros e velórios são para os vivos, e não para os mortos.


grande = piada interna (ele riscou uma vez isso de uma prova minha e disse que era juízo de valor...)