sexta-feira, 27 de julho de 2012

A um conferente

Longe do fértill turbilhão da rua,
Beneditino confere! No desconforto
Do claustro, sem paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego,
Com esforço: e trama viva se reconstrua
De tal modo, que a versão fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego

Não se mostre na fábrica o suplício,
O mestre vê, é natural. Que o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, prima da Versão
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

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